quinta-feira, 15 de setembro de 2016

TIO MIRO SE DESPEDE DO SETE COPAS APÓS 66 ANOS ATUANDO PELO CLUBE

'Medalhão' da equipe rural deu o seu adeus aos gramados em jogo festiva no último domingo (11); amigos e familiares participaram da partida

Por Gabriel Lanza

De 1950 à 2016; Tio Miro é exemplo de que existe amor
a um mesmo clube (Foto: Tiago Evandro Rodrigues)
Defender o mesmo clube por muito tempo nem sempre é tarefa fácil. Mesmo aqueles que se consideram ‘boleiros de plantão’, ás vezes tem de procurar um novo ambiente e respirar novos ares. Com passar dos anos, ficou cada vez mais raro jogadores que atuem com a mesma camisa. No entanto, Hermínio Daldem, o Tio Miro - como é conhecido no local -, é um dos exemplos de que ainda existe amor pela camisa.

No último domingo, Tio Miro se ‘aposentou’ com a camisa vermelha e branca, após jogar pelo time durante 66 anos. Mas, apesar da derrota para o Domingueira FC, o que realmente foi levado a sério foi sua despedida dos gramados, com a presença de amigos e companheiros de várzea, em agradecimento a sua contribuição e aos seus serviços prestados.

Tio Miro defendeu o bairro indianense dos 13 aos 79 anos – mais de mil jogos, isso mesmo -, o único clube de sua vida. Durante o período, jogou em diversas posições, de goleiro a ponta esquerda, e nunca lesionou. Além disso, sempre foi um exemplo de lealdade: em sua longínqua carreira, nunca foi expulso e nem se quer amarelado.

Em entrevista ao jornal prudentino ‘O Imparcial’, o vovô garoto falou sobre seu inicio no clube e sobre a despedida dos gramados. “Eu tinha 13 anos, trabalhava na roça, e fui chamado para jogar, aí fui. Só joguei no Sete Copas e agora foi à despedida. O sentimento que fica é de prazer, já que aqui só fiz amigos, nunca briguei, nem machuquei ninguém”, conta.

Mas nem a aposentadoria vai tirar a essência de Tio Miro dos gramados. Seu filho, Valdecir Donizete Daldem, o 'Vardé', e seu neto, Herminio Henrique Kuhn Daldem, continuam atuando pelo clube. E a expectativa deles é construir a mesma história que o defensor. “A intenção da gente e sempre jogar lá”, ressalta Valdecir.

“Meu pai teve grande importância no time. Ele motivava o time inteiro pela idade, companheirismo e carisma com seus amigos e até adversários”, conclui.

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